sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um, dois, três...

A maldita espera. Não queria que existisse essa palavra no vocabulário. Ela me atrapalha e corrói tudo demais. Só de pronunciá-la já sinto um pesar na minha voz. Espera que combina com atraso, que combina com angústia, que combina com falta. O coração parece que é tomado pela espera. Quem nos faz esperar nos toma o coração. Faz com que aquele cara dos Jogos Mortais se torne simpático, até. Pois ele nos induziria a entregar nosso coração como parte do jogo, porém nos ofereceria outra alternativa. Quem nos faz esperar não oferece alternativas. Nos arranca o coração sem que percebamos. E muitas vezes gostamos disso. Não gostamos disso, nos conformamos com isso.Eu tenho andado por aí sem coração. Dizem que ele foi visto à noite, perdido e sozinho, perambulando pela Av. Paulista tentando achar repouso. Se alguém encontrá-lo por favor não digam nada. Tenho certeza que ele não voltará enquanto não padecer por toda angústia do mundo. Coração que espera perde seu destino. Enquanto isso nós ficamos com aquele aperto no peito de não ter coração e de perder a fé pela ausência de serenidade. Ele sabe que estou aqui e que pode aparecer a qualquer hora, machucado, dilacerado, venha do jeito que estiver e que a vida quiser. Estarei o esperando de banho tomado, roupa de missa, debruçada na janela. Não importa o tempo que levarei pra cuidá-lo e quantas feridas terão que ser cicatrizadas, só quero que ele retorne e traga novamente meus sonhos bons.

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