domingo, 27 de julho de 2008

Domingo legal

Hoje nem fiz muita coisa, pra nem dizer que não fiz nada, terminei de arrumar o almoço e depois fiquei assistindo alguns filmes. Alguns episódios de Arquivo X e O Fabuloso destino de Amélie Poulain. Diga-se de passagem segunda vez que o assisto desde ontem. Me apaixonei pelo filme e pelo despretensionismo de Amélie. A forma de como o filme aborda os assuntos, o fato dela conseguir driblar sua insegurança e fazer tantas coisas legais para as pessoas que ela acha que mereçam é muito inspirador. Amélie assim como milhares de outras mulheres buscar o amor, mas sem buscá-lo. Ela busca implicitamente, não correndo atrás dele, mas sabendo que ele pode passar a qualquer momento na sua vida. Enquanto isso ela se diverte com as coisas boas e simples que a vida lhe oferece. Amélie é uma menina que sabe aproveitar os pequenos e simples momentos com a mesma importância que damos aos grandes momentos e isso faz com que sua vida seja repleta de situações interessantes. Se soubermos fazer com que cada momento seja um grande momento com certeza nossas vidas terão mais cor assim como a vida de Amélie.

Apesar de hoje ser a terceira vez que posto aqui, fui surpreendida do primeiro ter ido parar no site mulé burra, graças a uma querida amiga que me deu a idéia de enviá-lo. Fiquei muitíssimo contente por isso e mais contente por saber que alguém lê o que eu escrevo. Nem eu achei que elas leriam tantas lamentações. Nem sei se eu leria. Mas de qualquer forma foi legal. Hoje nem estou muito inspirada e nem escreverei as vinte mil linhas como de costume. Então o que tenho a dizer é boa semana para todo nós. E que venha mais uma segunda-feira!
Ahhh vou passar o link pra vocês

quarta-feira, 23 de julho de 2008

A fila

E como derrotada convicta no joguinho de sinuca on-line, eu me retiro da fila que havia entrado nos últimos meses. Pra dizer a verdade não encaro isso como uma perda, mas sim como um modo de procurar outros caminhos, nesse caso outras filas. Acho que o nosso otimismo de nada vale se o instinto não diz o mesmo. Todas sabemos que o instinto feminino não falha e o meu dizia pra eu ir com calma, pois ali poderiam ter espinhos, e foi o que eu fiz. Coloquei minha cadeira na fila e fiquei por algum tempo, sem pressa, olhando as coisas ao redor, conversando com as pessoas, jogando palavras cruzadas.
Engraçado que ao entrarmos numa fila esperamos que quando formos atendidos nossos problemas serão resolvidos e na verdade as coisas não funcionam bem assim. Vi alguns ataques de kamikazes, descaso no atendimento e então no meio da fila decidi abandona-la.
Não sei se seria atendida e se valeria a pena o tempo que empreguei.
Tenho certeza que foi a melhor decisão a ser tomada e não tenho mais nada a declarar.
Sabemos que para certos tipos de homens sempre haverão filas e sempre haverão kamikazes prontas para furá-las. São os famosos rockstars, homens que tem os atributos ideais, que arrancam suspiros com um olhar e que nos fazem cair no bueiro de tampa aberta quando passam.
Para algumas o rockstar é aquele cara sarado, que freqüenta as melhores baladas, se veste com as melhores marcas e é bem sucedido. Já o meu rockstar é no sentido mais literal da palavra. Ele não tem todas as características de um rockstar, mas geralmente possui atributos isolados que o fazem assim. Alguns se assemelham mais pelo visual, outros tocam algum instrumento e ambos tem em comum a paixão pela boa música, o carisma, as fãs que os acompanham e o fato serem descompassados. Desde os mais certinhos até os mais revoltados, todos os meus rockstars possuem esse elo de ligação.
Sinceramente não há como entendê-los, pois não tenho a mínima idéia do que estão pensando, se estão rindo de mim ou pra mim, se me amam ou me odeiam, se pensam em se casar comigo ou só estão me poupando pra me dar como parte do pagamento em suas dívidas de jogo.
Sei que atraio esse tipo homem, mas eu também os busco. Minhas amigas me dizem que por eu estereotipar o meu homem ideal eu fecho as portas para outros que poderiam me trazer um relacionamento mais ameno e concreto, longe de toda a incerteza e insegurança que um rockstar proporciona. Elas estão certíssimas, mas vá dizer isso pra mim depois de uma meia hora de conversa com um cara que tem a discografia do Manu Chao.
Pois é, eles têm suas vantagens. Esses seres descompassados são mais inteligentes que a média, sabem conversar sobre todos os assuntos e se você de alguma forma conseguir desvendar 0,01 % do seu mistério provavelmente comporão uma música em sua homenagem.
È óbvio que depois de alguns meses estarão tocando a mesma música para sua legião de adoradoras e você não irá conseguir chegar mais perto deles.
Essa é a pior parte, a mais difícil de aceitar, mas eles são assim. O que acho legal nisso é que apesar de não sabermos como lidar e de termos praticamente certeza de que não será duradouro, podemos crer que de alguma forma fizemos a diferença na vida deles. Não nos esquecemos de uma música, pois a música é atemporal. Por mais que as coisas mudem, que os sentimentos também mudem, ela sempre estará ali. E acho que isso vale não só para os meus rockstars, mas para o de todas nós e em todas suas variações.
Eu sei que posso ter feito diferença. Não digo isso por vantagem ou conformismo, mas é que quando conseguimos entrar em suas vidas, mesmo que sejam por frações de segundos é sinal que somos dotadas de algo que as kamikazes não possuem ou conseguem compreender. Não sei se isso é bom ou não. Pra mim provavelmente nem seja porque continuo aqui falando que nem pobre na chuva. Mas que nos sirva como prova que não precisamos dançar conforme a música, de mudar de lado, de nos mudar, por pensar que estamos agindo errado ou não agindo e por achar que talvez estejamos sendo antiquadas para os padrões da sociedade.
E tenho certeza que é desse jeito e por esse jeito que ainda iremos achar alguém nos dedique não só uma música, mas todo um álbum.

sábado, 19 de julho de 2008

Primeiro

Fiquei pensando no que escrever no blog. Queria falar de assuntos interessantes, sobre as vantagens de se investir em commodities, os avanços tecnológicos ou os conflitos no Oriente Médio, mas nem seria verdadeira se falasse sobre tudo isso e deixasse o assunto que mais tem atormentado meus sonhos e pesadelos ultimamente : homens ou a falta de homens.
Imagine uma mulher solteira, numa cidade que só tem mulheres, num país que só tem mulheres. E essas mulheres parecem que acabaram de descobrir a revolução sexual, acham que estão em pleno Woodstock e que os nossos namorados, paqueras, futuros paqueras são o Jim Morrison. E o que elas fazem?? Vão na surdina com seus ataques mortais, assim como os kamikazes e enquanto estamos pensando no modo em que vamos cumprimentar o rapaz elas já estão grudadas no pescoço deles como se fossem aqueles bichinhos que grudamos no vidro do carro.
E o que nós fazemos??? Nada.
Eu sinceramente não faço nada. Cansei. Cansei e ponto final.
Homem hoje em dia é artigo de luxo. E para cada atributo que ele possa ter são mais cinco mulheres mandando scraps e ligando. Se ele é inteligente, cinco mulheres, se é engraçado, mais cinco e se for bonito vem acompanhado com um bônus de mais 20 mulheres. Se tocar guitarra então desista. Uma amiga me disse: Esquece!! Ele toca guitarra!
E assim a sociedade se transforma, novos conceitos surgem, o comportamento muda e conseqüentemente as pessoas. Os homens que possuem algum atributo têm certeza da atual conjuntura e por isso sabem quem provavelmente não irão ficar sozinhos. Então ele te escolhe pra namorar. Se te escolheu é porque você provavelmente tem algo que as outras não tem. Seja lá o que for, isso é bom, até você discordar de alguma coisa. Por favor não reclame se ele não te liga há uma semana ou se foi pra balada sem te avisar, pois provavelmente ele irá sumir.
Acontece que os homens hoje têm tantas opções disponíveis que no primeiro obstáculo eles desistem. Entenda-se por obstáculo não mandar sinal de vida, aparecer como se nada tivesse acontecido e ver o descontentamento da namorada. Descontentamento não pode. Mulheres, caso aconteça isso, apareçam com o sorriso no rosto dizendo que estavam com saudade.
Quando dizem que a fila anda podemos ter certeza que eles têm razão. A fila dos homens é semelhante àquela fila do INPS (como dizem os antigos) onde temos que madrugar para conseguirmos senhas ou compra-las de alguém. Vou ser sincera. Eu estou numa fila. Levo baralho, cadeiras, achocolatado, joguinho de palavras cruzadas e não tenho nenhuma pressa, inclusive quem tiver uma viola será bem vindo ao lual que organizaremos. Sei que estou vulnerável ao ataque das kamikazes fura-filas, mas pelo menos tenho minha consciência tranqüila. Elas correm o risco de cortarem fila e não serem atendidas e ainda por cima repreendidas pelo ato pouco sutil. Eu quero ser bem atendida, mas ao primeiro sinal de confusão tiro meu time de campo, pois quero uma casa no campo, nada de barraco.
Não quero dizer que sou contra a liberdade de expressão, vejo muitas mulheres dizendo e se vangloriando que não têm limites e que vivem a vida intensamente e nem acho errado. Devemos expressar nossos sentimentos de todas as formas que ousarmos fazer, mas que isso não limite o espaço de outra pessoa. As kamikazes de hoje serão as namoradas/esposas neuróticas de amanhã, pois quando gostarem de alguém vão querer exclusividade, porque isso é o que todas queremos, e saberão exatamente o quanto é difícil encontrar alguém que valha a pena e como é fácil perdê-lo.
*Texto escrito na quinta-feira quando ainda estava mais otimista.