Eu cismei com você. Cismei que poderia te achar. Cismei que poderia te achar quando eu bem quisesse. Cismei que poderíamos caminhar do jeito que aqueles casais caminham e não separam suas mãos dadas quando se deparam com algum obstáculo. Assim que me lembrei que não somos um casal e que geralmente sou eu uma daquelas pessoas distraídas que separam casais andando de mãos dadas nas ruas. Você pega o metrô e eu vou ao cinema. Poderíamos pegar o metrô para ir ao cinema. Mas a vida não é assim tão prática. Eu sou prática. Pegaria aquele metrô mesmo que ele estivesse há trezentos quilômetros ou há um milhão de anos-luz se eu soubesse que você estaria nele. Te encontraria e você estaria sentado, totalmente inerte, me sentaria ao seu lado, mas me perguntaria o que eu estaria fazendo ali. Não dá pra saber. Quando você fala daquele jeito que eu gosto faz com que eu comprometa todo o meu raciocínio. É como se eu pudesse fazer tudo e passar por tudo sem nenhum arranhão. E faço tudo e passo por tudo. Mas pra quê? E quando abro os olhos estou pulando do precipício sem saber o motivo. Queria que alguém pudesse encher meu cérebro de razão. Se tivesse uma árvore de razão eu juntaria todas as minhas economias pra tê-la. Você está sentado no banco daquele metrô, mas você está distante demais pra perceber que pode ser bom. Prefere ficar sozinho olhando na janela. Você é como aquelas lindas plantinhas que encontramos no meio de uma trilha e ficamos na dúvida se devemos levá-la pra colocarmos no vasinho ou deixá-la em seu habitat e ficarmos só observando. E eu estou nesse ponto. Não sei se te levo ou se te deixo. Nem sei se no vasinho você vai ficar tão interessante o quanto você é aí. E nesse instante estou olhando pra plantinha.
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